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    Inovação a serviço do desenvolvimento sustentável

    A ecoinovação, que abrange tecnologias e soluções que resultam na redução do impacto ambiental, é uma oportunidade ímpar para o Brasil revitalizar a indústria nacional e acelerar o ritmo do crescimento econômico em bases mais sustentáveis.

    Diante do desafio de combater o aquecimento do planeta e, assim, evitar os prejuízos causados pelos eventos climáticos extremos, muitos países já perceberam a importância da ecoinovação para a sociedade e para o crescimento da economia. Por isso, nações como Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Coreia do Sul têm adotado programas robustos de apoio à inovação e à descarbonização.

    Na Alemanha, o Pacote para o Futuro conta com recursos de US$ 45 bilhões para estimular projetos verdes, sobretudo nas áreas de energia e de transportes. A Coreia do Sul está destinando US$ 48 bilhões para a produção de veículos elétricos e híbridos, e para programas de eficiência energética e produção de energias renováveis.

    As estratégias para recuperação da economia por meio de investimentos em ações que consideram a necessidade de proteger o meio ambiente não são exclusividade dos países desenvolvidos. No Paquistão, por exemplo, o Programa Tsunami investe na plantação de 10 bilhões de árvores para regenerar terras degradadas e áreas desmatadas visando a contenção das mudanças climáticas.

    Para as empresas, a combinação de inovação com sustentabilidade tem um papel essencial na descarbonização da produção. Também é uma estratégia eficiente para atender à crescente demanda mundial por bens e serviços que privilegiam o cuidado com o meio ambiente.

    Entre os muitos resultados positivos da ecoinovação estão a diminuição do consumo de insumos e de matérias-primas, o controle do desperdício e o aproveitamento de resíduos. Esses fatores contribuem para a redução dos custos e para a melhoria da qualidade dos produtos, e é importante para elevar a produtividade e a receita das empresas.

    Há estudos indicando que empresas ambientalmente responsáveis tendem a obter crédito em condições mais competitivas. A ecoinovação gera, ainda, externalidades positivas, como a melhoria da imagem corporativa para os clientes, fornecedores e outros parceiros de negócios.

    É por isso que está crescendo, em todo o mundo, o número de empresas que investem em tecnologias verdes. No Brasil, uma pesquisa realizada 2021 pelo Instituto FSB, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 81% das empresas entrevistadas consideram importantes as boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG). O levantamento aponta também que 55% das firmas esperavam aumentar os investimentos em ações sustentáveis nos próximos anos.

    Além disso, um estudo realizado pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) para a CNI destaca que o país oferece oportunidades promissoras para inovações nas áreas de economia circular, bioeconomia e energias renováveis, com destaque para o hidrogênio verde. Há, ainda, possibilidades de desenvolvimento de tecnologias e soluções industriais para mobilidade urbana e para agricultura e silvicultura.

    De acordo com o mesmo estudo, a partir de análise dos pedidos de patentes de ecoinovações depositados no Brasil entre 2015 e 2018, último dado disponível, mostra que há, no país, uma predominância de registros ligados à produção de energias limpas, como solar, eólica e biomassa. Destacam-se, ainda, os pedidos de patentes de tecnologias ligadas ao controle de poluição, reutilização de materiais e eliminação de resíduos.

    Ao avaliar projetos de pesquisa, desenvolvimento & inovação (PD&I) implementados com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o trabalho da Cepal apresenta um termômetro da disposição da indústria nacional de investir em tecnologias verdes. Entre os projetos desenvolvidos pela Embrapii, foram identificadas 405 propostas de soluções sustentáveis, que somavam cerca de R$ 538 milhões em recursos, um dispêndio que alavanca ao menos o dobro de recursos como contrapartida do setor privado.

    Esses números refletem o esforço da indústria em favor da ecoinovação, mas estão aquém das possibilidades e das necessidades do país, sobretudo neste momento em que o mundo passa por uma importante revolução tecnológica, que está mudando os métodos de produção e de consumo. Para aproveitar as oportunidades criadas por essas transformações, devemos seguir o exemplo dos países desenvolvidos e ampliar os investimentos em inovação e sustentabilidade.

    As ações indispensáveis nessa área essencial para o futuro do país serão discutidas no 10º Congresso Internacional de Inovação da Indústria, que será realizado nos dias 27 e 28 de setembro, em São Paulo. Idealizado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e realizado em parceria pela CNI e pelo SEBRAE, o evento contará com participação de alguns dos maiores especialistas mundiais em ecoinovação.

    Na avaliação da indústria, o Brasil precisa explorar de forma estratégica suas qualidades para se tornar protagonista mundial na era da economia verde. Temos a maior reserva de água doce do mundo e uma rica biodiversidade. Mais da metade do território nacional é ocupado por florestas e contamos com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.

    Dados do Balanço Energético Nacional deste ano mostram que as fontes renováveis tiveram uma participação de 47,4% na matriz brasileira, percentual muito superior à média mundial, de 14,1%. Também dispomos de um amplo mercado consumidor e de um conjunto de centros de pesquisas e universidades com reconhecida excelência na criação de soluções tecnológicas e na produção científica.

    Entretanto, para que essas vantagens comparativas se transformem em ganhos reais de competitividade, precisamos acelerar a implementação de políticas públicas e de iniciativas empresariais voltadas à economia de baixo carbono. Felizmente, as ações do governo estão na direção correta e sintonizadas com os desafios do mundo moderno, pois combinam crescimento sustentável e inclusão social.

    Importante destacar que o desenvolvimento científico e tecnológico do país também depende de equilíbrio macroeconômico e de regras claras e estáveis que estimulem os investimentos de longo prazo. É igualmente indispensável assegurar a formação de mão de obra para atender as demandas da transição verde, e promover a maior interação entre empresas, universidades e centros de pesquisa aplicada, de forma a alavancar projetos disruptivos de alto impacto na sociedade.

    Com ações consistentes do governo e dos empresários para fomentar a cultura da inovação e da sustentabilidade, o Brasil terá melhores condições para cumprir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa assumidas no Acordo de Paris. Também poderá ter uma indústria mais competitiva e integrada ao mercado internacional, que cresça de forma sustentada, gerando empregos e renda para toda a população.

    (*) Robson Braga de Andrade é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

    O artigo foi publicado no Valor Econômico nesta quarta-feira (27).

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