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    Um futuro almejado

    É impressionante o quanto a inovação tem sido cada dia mais importante na vida das pessoas. Podemos olhar para trás, um período não muito distante, e vermos o quanto temos acesso a produtos e serviços que não tínhamos há alguns anos. Estamos vivenciando uma nova revolução industrial, a chamada indústria 4.0, que visa integrar processos, com mais eficiência e produtividade.

    Para chegarmos à produção de um bem, por exemplo, o celular, foram anos de pesquisas, investimentos recursos e conhecimentos. A partir de uma necessidade ou demanda da sociedade buscou-se oferecer soluções, como proporcionar a comunicação móvel entre as pessoas. Lembro-me que telefone fixo era algo de luxo e que valia ações. Quem não tinha um em casa precisava andar até um telefone público (orelhão) mais próximo, comprar as fichas e pegar uma fila. E detalhe, o tempo de uso era limitado. Hoje temos acesso aos celulares e estes passam por uma revolução tão rápida, com inclusão de recursos que nos possibilitam assistir à TV, tirar fotos e inserir aplicativos que nos fornecem quase tudo que precisamos com apenas um toque.

    O que quero refletir é o quanto a pesquisa, a ciência e a inovação são importantes para as empresas e para a sociedade. Infelizmente o Brasil ainda não os tem como prioridade, sendo destinado apenas 1,2% do PIB. Em valor absoluto é menos de um terço do que havia disponível há sete anos. Ainda somos importadores de muito conhecimento e tecnologia, o que prejudica a competitividade de nossos produtos.

    Empresas que não inovarem não sobreviverão. Inovação não está relacionada somente à criação de novos produtos, mas à mudança de processos e à forma de fazer gestão, sendo algo imprescindível para os setores público e privado. Esse processo de mudança passa pela política de desoneração tributária, estímulo e incentivo para que empresas invistam, redução do gasto público e maior destinação de recursos para que institutos, universidades e centros tecnológicos brasileiros possam desenvolver pesquisas em conjunto com as reais necessidades da sociedade. É necessário que o conhecimento não fique engavetado e seja colocado em prática.

    Temos riquezas naturais, somos considerados o celeiro do mundo, mas precisamos agregar valor aos nossos produtos, não ficando na dependência da exportação de commodities. Temos como exemplo a venda do cacau brasileiro e a compra do chocolate importado. Somos o quinto maior produtor mundial de cacau, mas exportamos 90% da nossa produção. A Suíça é um país pequeno, que não produz cacau, mas é considerado um dos melhores chocolates do mundo.

    O mercado está cada vez mais competitivo e países que detêm o conhecimento têm saído na frente e se despontado internacionalmente. Não podemos perder mais tempo e oportunidade. Somos a nona economia do mundo, mas ocupamos, atualmente, a 69ª posição no Índice Global da Inovação, entre 127 países, perdendo para nações com menor porte econômico e industrial, como Bahrein, Kuwait, Chile, México e Colômbia. Canadá, Austrália e Nova Zelândia há 150 anos atrás eram países sem projeção e hoje são ricos e desenvolvidos.

    O Japão é um país pequeno, com 80% de seu território montanhoso, mas ocupa a terceira posição entre as maiores economias do mundo. Passaram por crises, souberam se reconstruir e inovar para superar as dificuldades, sendo referência na produção de tecnologia. A Coreia do Sul investe próximo de 5% do seu PIB em ciência e tecnologia. É um país em que a educação está na cultura da nação. A Índia é outro país de extrema pobreza, mas que tem se desenvolvido e crescido de forma sustentável, em virtude de investimentos em pesquisa e produção de tecnologia de ponta.

    Precisamos intensificar essa cultura de inovação e mudança em nosso país. Vislumbro um Brasil mais desenvolvido, com empresas fortes, com uma gestão pública moderna, com produtos que são referência mundial, mas inovação envolve recursos e deve ser considerada como algo fundamental para o desenvolvimento. Caso contrário, continuaremos sendo referência como produtores de milho, soja, feijão e importadores de tecnologia. Esse não é o futuro que devemos perseguir e nos orgulhar.


    * Vice-presidente da CNI
    O artigo foi publicado nesta quarta-feira (24) no jornal Diário da Manhã

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